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Estudante de Design de Moda; amante da música, moda, artes e do universo vintage!

domingo, 31 de agosto de 2014

Anos 50 e Subculturas

Os anos 50 foram marcados pelos surgimento das chamadas subculturas. E percebe-se claramente a ruptura da relação entre pais e filhos. A rigidez dos anos 40 era "careta" e os jovens se soltavam cada vez mais, seguindo em direção ao "movimento de juventude" que teria seu início nos anos 60. Os jovens não queriam ser iguais aos seus pais, que tiveram uma juventude cheia de pudor e de "pode isso, não pode aquilo". Eles tinham atitudes provocativas, agressivas e até apelativas sexualmente, tudo isso para fazer surgir conflitos nos pais. Eles não possuiam uma ideologia. Eram apenas "rebeldes sem causa" e queriam curtir sua liberdade.

 O filme "Rebelde Sem Causa", de 1955, influenciou muitos jovens a se vestirem igual ao personagem principal, Jim Stark.

Teddy Boys

Rapazes que não queriam usar as roupas convencionais de sua época. Usavam roupas da Era Eduardiana. Rebeldes e Bady Boys mas com muita elegância. Usavam casacos longos até os joelhos com golas e punhos enfeitados com cetim ou veludo com abotoamento simples. Coletes de brocados, ombros naturais, cortes justos. Tudo isso fazia parte do visual, que não barato. A roupas eram feitas sob medida pelos alfaiates de Saville Row, que dominavam a alfaiataria britânica. Cabelos penteados com brilhantina em estilo "quiff", costeletas longas, cabelos penteados para trás e no topo da cabeça era feito um rolo que formava um topete.





    

   


Greasers/ Rockers

Aposto que muitos devem conhecer o maior exemplo de Greaser no cinema. Sim?Não? Danny Zuko, de Grease, nos tempos da brilhantina. Olha ele ai...

 Grease, Nos Tempos da Brilhantina, 1978.

Conhecidos principalmente pelo seu amor aos carro "Hot Rod" e fãs do rock'n'roll e da rockabilly. O nome "greaser" surgiu de seu penteados, no qual eram usados ceras capilares, tônicos, pomadas, etc. Marlons Brando e James Dean são considerados ícones culturais dessas subculturas. O rock'n'roll era considerado subversivo, perigoso e até mesmo obsceno.
Usavam camisetas brancas ou pretas com mangas arregaçadas, jaquetas de couro, jaquetas de trabalho azul, preta ou caqui , jaquetas jeans da Levis, etc. Usavam botas de motociclistas, All Star da Converse, bandanas, chapéus de aba curta e carteiras com correntes.
Era uma subcultura de etnia principalmente branca.









Apesar dos Greasers e Rockers usarem praticamente o mesmo tipo de vestimenta, ambos se diferenciavam pelo fato de os rockers serem exclusivamente motociclistas.


 



Beatniks

Começou nos EUA entre os estudantes e foi a primeira subcultura a usar roupa preta como símbolo de luto pela sociedade e pelas guerras.  Românticos, existencialistas e subversivos , contestavam contra a opulência do pós-guerra, o consumo, o progresso, bombas atômicas. Na Inglaterra, os jovens da classe trabalhadora eram adeptos e em Paris, eram cantores, artistas plásticos, intelectuais, filósofos, poetas e romancistas que se encontravam em cafés e casas de Jazz.
No vestuário masculino, calças Levis 501, camisetas, peças pretas, blusas de gola rolê, camisetas para foora das calças. Cabelos bagunçados, barba e bigode.
Na moda feminina, Audrey Hepburn era referência. Devido ao filme "Cinderela em Paris, de 1957, na qual a bela interpreta uma personagem adepta do estilo. Roupas negras , calças justas e curtas, twin sets, blusas largas e longas, sapatilhas de balé simbolizando a aversão ao salto alto e fino das burguesas adeptas ao estilo New Look e boinas. Cabelo à la Juliette Gréco ou Beehive.

 A linda Audrey Hepburn em "Cinderela em Paris"



   



Espero que tenham gostado! Até a próxima.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Moda, anos 40 - Período de Guerra

O final dos anos 30 e a segunda metade da década de 40 foram marcados por contexto de Guerra. Foram anos regidos pela palavra "praticidade". Ostentação não era bem vista. Foram grandes os impactos da guerra no vestuário, começando pela economia de tecidos. A lã e o nylon eram requisitados pelos militares. E a seda japonesa tinha sido banida dos EUA depois do ataque à base de Pearl Harbor. A salvação para o vestuário foi o Rayon! Um tecido sintético desenvolvido na década de 30 e que se tornou muito popular na criação de roupas femininas, assim como a viscose.

 Vestidos de rayon.

Percebe-se claramente a referência militar no vestuário. São roupas bem justas( economia, lembram?), de ombros marcados e as bainhas subiram. As saias mais "curtas" focavam nas pernas da mulheres.  Pernas estavam totalmente na moda. Mas e as meias calças elegantíssimas? O nylon estava requisitada na guerra para a fabricação de pára-quedas. E agora, meu Deus? Como lhe dar com esse sofrimento? Todas têm que se contentar com a meia soquete OU outra alternativa era maquiar a perna. Maquiar? Isso mesmo. Tudo consistia no desenho de uma linha bem fina lembrando a costura da meia calça.



No início dos anos 40, Paris dominava o pólo de moda do mundo. Mas logo perderia seu título para Nova Iorque. Enquanto o resto do mundo estava restringindo a "ostentação", as casas de alta costura que ainda estavam abertas, estava oferecendo o uso supérfluo de tecido, uso de mangas dolman, tecido drapeado, botões sem uso algum e abas de bolsos. No livro "A Moda do Século", François Baudot escreve:" (...) assim, a partir de 1940 está proibido mais de 4 metros de tecido num mantô e um metro para chemisier( exceto para grávidas). Nenhum cinto de couro deve ter mais de 4cm de largura." O caso era sério.

Com o racionamento de tecidos, botões e outros aviamentos, os governos incentivavam a reforma de roupas velhas. Campanha chamada essa: "Make do and Mend". Teria ai nascido a customização? Nesse processo de reciclagem as mulheres estavam fazendo casacos e jaquetas a partir de cobertores velhos. Para o inverno, deixaram a lã de lado e passaram usar o velveteen, um tecido de algodão semelhante ao veludo e veludo cotelê para vestidos e terno para dias frios.

 Make-do and Mend, campanha. 

As calças tornaram-se peças importantes para as mulheres que trabalhavam nas fábricas e logo ganhou certa aceitação para o uso casual e para trabalhos de jardinagem. É importante citar que o uso de calça por mulheres já existia há certo tempo porém num grupo bem reservado. Citam-se elas Coco Chanel nos anos 20, Marlene Dietrich e Katherine Hepburn. Katherine, ajudou muito na popularização das calças já que sempre aparecia em seus filmes muito elegante utilizando calças. Porém, somente as solteiras as utilizavam. Não ficaria bem uma mãe de família andar de calças.

 Operária usando jeans azul (1942)

 Katherine Hepburn

Outras imagens da Moda dos Anos 40















Espero que tenham gostado da postagem!







domingo, 4 de maio de 2014

Audrey Hepburn

Audrey Hepburn, uma das atrizes mais memoráveis e amadas do cinema clássico, completaria hoje, 4 de maio, 85 anos se estivesse viva. Isso é realmente uma pena.
Quando fala-se sobre ela, logo me vem na cabeça as palavras "humanista", "estilo" e "talento". Por volta da década de 50, quando começou a ganhar notoriedade por seus papéis em "Monte Carlo Baby" e "A Princesa E O Plebeu", surgia uma nova estrela em Hollywood. Ofereceu ao mundo um estilo com a sexualidade muito menos aflorada como as das pin ups da época. 

 

"Toda mulher queria ser Audrey Hepburn. Adotar seu estilo ia muito além de imitar sua roupas. 'Nas ruas todo mundo copiava o cabelo de Audrey', recorda-se Dreda Mele, diretora da Givenchy na época. 'O modo como ela se movimentava, como falava. Ela foi copiada sem parar durante os 10 anos seguintes'."(Trecho de "50 ícones que inspiraram a moda 1950/ Reed, Paula. 
Os anos se passaram e sua notoriedade só crescia. Seu papel em "A Princesa e o Plebeu", de 1953, rendeu-lhe um Oscar de melhor atriz principal. E ganhou um indicação na mesma categoria pelo filme "Sabrina". Outros dos seus filmes como "Cinderela em Paris" e "Guerra e Paz" também têm grande destaque no cinema.
Em 1961, Audrey dá vida à personagem que ficaria na memória de todos por toda a eternidade. Nossa amada Holly Golightly de "Bonequinha de Luxo". O filme foi um enorme sucesso e tem sua fama até hoje entre os adoradores de cinema clássico e de moda. Todo o trabalho desse filme, rendeu ao mesmo 5 indicações ao Oscar (Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção de Arte, Melhor atriz, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Canção), sendo que levou para casa os 2 últimos. E também ganhou 5 grammys (Melhor Canção do Ano, Melhor Arranjo, Melhor Gravação do Ano, Melhor Performance de Orquestra e Melhor Álbum de Trilha Sonora). Ufa! Mas cá entre nós, ver nossa queridinha cantando "Moon River" é apaixonante, não? O sucesso também dos looks de pretinho básico usados nos filme e assinados novamente por Givenchy foram um espetáculo e totalmente copiados. Quem nunca viu o filme, está perdendo muito!



A década de 60 já batia à porta. E com ela, grandes filmes como "My Fair Lady", um musical, "Charada", "Quando Paris Alucina" e "Como Roubar Um Milhão de Dólares".
Para quem acha que a vida de Hepburn era perfeita, engana-se. Casou-se com Mel Ferrer em 1954 e seu sonho de ser mãe era sempre interrompido por diversos abortos. Até que em 1960, deu a luz ao seu primeiro filho Sean Hepburn Ferrer, seu nome significa "Presente de Deus". E em 1970, dá a luz ao seu segundo filho Luca Dotti, oriundo de seu segundo casamento com o médico Mario Andrea Dotti.


Em 1987 deu início ao seu mais importante trabalho: embaixatriz da UNICEF. Audrey, tendo sido vítima da guerra,  sentiu-se em débito com a "United Nations Relief and Rehabitation Administration (que deu origem à UNICEF) que chegou com comida e suprimento ao fim da Segunda Guerra, salvando sua vida. Ela passaria o ano de 1988 viajando, viagens essas que seriam facilitadas pelo seu domínio de línguas.


Em 1993 foi diagnosticada com Câncer de Apêndice que se espalhou para o cólon do útero e foi submetida a uma cirurgia. O médico lhe deu 3 meses de vida mas ela só conseguiu aguentar 79 dias. Audrey faleceu tranquilamente durante o sono. No mesmo dia as lojas Tiffany's de todo o mundo colocaram sua foto e um sinal em suas janelas. 
Audrey faleceu com apenas 63 anos e está sepultada no Cemitério Tolochenaz, na suíça. Mostrava-se não apenas com um rosto lindo, mas com os exemplos de vida, carisma, bondade e caráter. Preocupava-se em ajudar o próximo. E apesar de não estar entre nós, sempre nos lembraremos de seus feitos e de sua pessoa. Parabéns, Audrey Hepburn

 

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Beleza Da Pele Nos Anos 30 e 40

Oi gente! Hoje vou falar um pouco das técnicas de beleza que as mulheres dessas épocas utilizavam para tentar manter a pele sempre bonita e com o aspecto jovial! Nesse período, as divas do cinema Hollywoodiano eram as inspirações para essas mulheres! "Possuir beleza e ser prendada é fundamental para uma mulher!", pensamento de época. haha
E quem acha que esses tratamentos eram apenas baseados em cremes e maquiagem, engana-se! Já haviam certos tratamentos que utilizavam aparelhos que lembram muito o filme "Jogos Mortais". :O
Vamos então começar falando sobre técnicas e instrumentos esquisitos que tentavam melhorar o aspecto da pele.

procedimentos de beleza6.jpgEsse aparelho, inventado por este senhor, chamado Max Factor(sim!Ele mesmo),nos anos 30, servia para ajudar a descobrir assimetrias e corrigí-las através da maquiagem. Era essa a sua única utilidade.

procedimentos de beleza8.jpgOutra invenção de Max Factor, a máscara de gelo, foi muito utilizada em Hollywood durante os anos 40. Ela era confeccionada com cubos de plásticos e servia para a diminuição de poros. Ainda bem que existe primer hoje. hahaha

procedimentos de beleza12.jpgAs máscaras de borracha eram muitos populares entre as senhoras que queriam perder suas ruguinhas, durante os anos 40.

procedimentos de beleza14.jpgEssa máquina de sucção dos anos 30, era feita com pontas de vidro, uma mangueira de borracha e uma bomba de vácuo, para manter a pele lisa e sem manchas.
procedimentos de beleza1.jpgOlha ai o tratamento para sardas dos anos 30! O "congelamento" de sardas era super popular na década. Os olhos do paciente eram vendados com plugs herméticos e suas narina vendadas. Eles tinham que respirar por um tubo.

procedimentos de beleza9.jpgEssa touca dos anos 40, prometia ao usuário uma pele rosadinha.

procedimentos de beleza4.jpgEssa máscara que mais parece uma bolacha traquina, dos anos 40, era conectada a um aquecedor na tentativa de estimular a circulação e fazer a pele parecer fresca.

Totalmente bizarro, não acham? Ahh..Acho importante ressaltar que de 1939-1945, vive-se um contexto de guerra. Período em que excessos eram cortados. Claro que tratamentos como estes não eram acessíveis a todos. E para continuar bela e jovial, o que fazer?? As soluções estavam contidas em potes de creme e maquiagens.


 Propaganda do "Pó de Arroz Lady"

Ai a embalagem de Lady. Super linda! *o*

Propaganda do "Creme Dagelle". Ela estava na revista Fon Fon, na edição de 1935.

 Propaganda da "Leite de Colônias". Produto que até hoje está no mercado.

Propaganda do sabonete "Gessy".

Enfim, a beleza era sempre procurada. Vinda ela de salões especializados até mesmo cosméticos. É também interessante parar para pensar que desde o tempo de nossas vozinhas e bisavós, a incessante busca pela juventude já existia. Ela sempre existiu. Espero que tenham gostado do post! Beijos.